A Polícia Civil, por meio da Delegacia de
Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (DACHRI) –
unidade integrante do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV)
de Aracaju – cumpriu mandado de prisão contra Andresa Artuliana da Silva, 24
anos, responsável por tentar matar a ex-companheira Samaina Pereira da Silva,
25 anos; e o marido desta, Márcio Martins Santos, 26 anos, por não aceitar o
término do relacionamento entre elas duas. O crime ocorreu na rua Nova Paraíba,
bairro América, na capital sergipana.
A prisão aconteceu na segunda-feira, 15, por
volta das 10h, no bairro Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro, em ação
conduzida pela delegada Meire Mansuet, coordenadora do DACHRI. “A vítima
Samaina decidiu reatar o casamento com o esposo e por isso terminou o
relacionamento com Andresa. Insatisfeita, apontou uma arma de fogo para o casal
e tentou efetuar disparos, porém o casal relatou que ela puxou o gatilho
diversas vezes mas as munições falharam. O casal aproveitou e correu, tendo
ouvido um tiro somente quando estavam mais distantes. O disparo não os
atingiu”, destacou a delegada responsável pelas investigações, juntamente com
sua equipe composta pelo escrivão Geraldo Moura e os agentes Edvaldo Santos e
Leonia Tércia.
Após o crime, Andresa passou a se esconder da
Polícia porém recentemente voltou à rotina diária e acabou sendo localizada na
casa de amigos enquanto dormia por policiais civis que atuam no DACHRI, unidade
da Polícia Civil criada recentemente. “Importante destacar que Andresa responde
ainda pelo sequestro do filho da vítima e pelo sequestro da própria filha, cuja
guarda perdeu em Maceió/AL”, completou a delegada.
Lei Maria da Penha
Andresa responderá pela tentativa de homicídio
com incidência de violência doméstica no âmbito homoafetivo, caso que incide a
aplicação da Lei nº 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha. A prisão
preventiva representada no Judiciário foi decretada pela 5ª Vara Criminal de
Aracaju.
“É muito importante a repressão qualificada
nos crimes de violência doméstica em relação homoafetiva, pois não podemos nos
limitar a afirmar que a violência doméstica ocorre somente quando a mulher se
encontra no polo passivo. Com a criação da DACHRI iniciaremos uma prestação de
serviço diferenciada e especializada para esse grupo de vulnerável”, concluiu a
delegada Meire Mansuet.