Cerca de 150 mil alunos estão
sem aulas por causa da paralisação dos professores da rede pública de Sergipe,
iniciada nesta terça-feira (12). A categoria protesta contra a falta de
reajustes salariais por cinco anos e contra o modelo de implantação do ensino
médio em tempo integral nas escolas.
Segundo o sindicato da
categoria, Sintese, o reajuste salarial para todos os níveis da carreira está
assegurado através de uma decisão judicial, a partir de uma Ação impetrada pelo
sindicato, porém não está sendo cumprido. Para os professores, o cenário é de
empobrecimento. “Com a falta de reajuste do piso na carreira (2012, 2015, 2016,
2017 e 2018) o que acontece hoje é que os integrantes do magistério
independente de tempo de serviço ou nível de formação (Médio, Graduação,
Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado) têm o mesmo vencimento inicial (R$
2.455,35)”, diz a assessoria do Sintese.
Os professores ativos e
aposentados se concentram em frente ao Palácio dos Despachos, na avenida
Adélia Franco, em Aracaju, desde as primeiras horas da manhã de hoje para
cobrar uma posição do governador do Estado, Belivaldo Chagas, quanto às
reivindicações.
De acordo com a categoria, já
somam dois meses que o governador não apresenta nenhuma proposta para
recuperação da carreira do magistério. “Belivaldo continua dormindo pra
Educação e mantendo o mesmo desmonte iniciado por Jackson Barreto”, afirmou a
presidente do Sintese, Ivonete Cruz.
Em nota, a Secretaria de
Comunicação, através da Secretaria de Estado da Educação, informou que continua
aberta ao diálogo e que a paralisação é um direito, mas informa que "desde
janeiro de 2018 o Governo de Sergipe paga o reajuste de 6,81% no piso salarial
dos professores, passando de R$ 2.298,80 para R$ 2.455,35". Ainda segundo
o governo, o professor que menos ganha no Estado recebe salário inicial de R$
3.437,49 e nega que exista professor da Rede Estadual que receba abaixo do
piso.
"Sobre esse valor ainda
são pagos gratificações, como Regência de Classe (40%) ou Atividade
Técnico-Pedagógica I e II (20% e 40%), bem como adicionais, a exemplo do
Adicional de Triênio, correspondente a 5% do vencimento base a cada 03 anos de
efetivo exercício. O limite do triênio é de 40% sob o vencimento. O
Governo ainda concede a Gratificação de Interiorização para os professores que
precisam se deslocar para os municípios do interior de Sergipe", ressalta.
Sobre o ensino integral,
completa que a proposta foi amplamente discutida com participação do sindicato
e que a medida faz parte do Plano Estadual de Educação e é uma Política de
Governo, que busca atender o Plano Nacional de Educação e o Plano Estadual de
Educação, os quais estabelecem que o modelo deve ser ofertado em, no
mínimo, 50% das escolas públicas até 2024.
Com informações do Sintese