Muita gente tem o sonho de voar, ver as nuvens de perto e até mesmo apreciar a bela paisagem lá do alto. Para quem gosta de adrenalina, o voo pode até ser uma oportunidade para experimentar um esporte que requer coragem: o paraquedismo.
 A tarde dessa sexta-feira, 26, ficará marcada na memória dos usuários do Centro de Referência Especializado para Pessoa com Deficiência (Centro Dia), unidade da Secretaria Municipal da Assistência Social. É que os meninos e meninas que são atendidas pela instituição ganharam um presente especial do grupo de paraquedismo Skydive Carcará: um passeio ao aeroclube de Aracaju com direito a voos panorâmicos pela pequena mais charmosa do Brasil e até saltos de paraquedas.
 Tudo começou com alguns dizendo que estavam sentindo “um friozinho na barriga”. Para muitos dos usuários, essa foi a primeira vez que ficaram perto de um avião. O que muitos não sabiam até o momento era que alguns teriam a oportunidade de entrar na aeronave e até mesmo partir em uma viagem inesquecível apreciando a capital do Estado de Sergipe.
 Oito dos participantes, entre usuários e responsáveis, tiveram a oportunidade de fazer um passeio em dois voos panorâmicos. Uma delas foi a dona Maria Floraci Santos Dias, mãe do José Rodrigo de Jesus Santos. Ela que já andou de avião em voos comerciais, ficou encantada com a vista proporcionada pelo passeio sobre Aracaju. “É algo que não tenho palavras para descrever. Foi lindo demais olhar a minha cidade lá de cima. Estou muito feliz com o que eles fizeram para nós e, claro, para os nossos filhos”, disse.
 Na ocasião, o grupo preparou outra surpresa: um dos usuários ganhou um salto de paraquedas. O Rodrigo, filho da dona Iraci, foi o cara de coragem que enfrentou o medo e, ao invés de aterrissar na aeronave, ele desceu sob o auxílio do artefato de lona. Para a sua mãe, não há preço que pague o momento. “Foi demais. Quando fui a São Paulo, ele não quis ir de avião de jeito nenhum. Hoje ficou empolgado e queria porque queria pular de paraquedas. Eu autorizei. Estou muito contente por ele ter gostado demais. Não para de sorrir um só minuto. Essa é a maior alegria de uma mãe”, conta emocionada.
 O momento também foi marcado pelas apresentações do grupo com saltos de paraquedas e performances de voos alegóricos, que fizeram muitos ficarem de boca aberta, mas também com sorrisos estonteantes.
 A tarde foi fruto de uma parceria entre a unidade da Assistência Social e o grupo de paraquedismo. “Um dos objetivos do Centro Dia é justamente tornar os usuários cada vez mais autônomos. Esse passeio foi muito bom para eles porque acabam interagindo com pessoas desconhecidas, que não fazem parte do seu dia a dia, e estão conhecendo uma atividade que, certamente, ficará marcada nas lembranças de todos. Os integrantes do Carcará foram parceiros maravilhosos. Organizaram tudo com o maior carinho. Só temos que agradecer a todos”, ressalta a educadora social responsável por articular a atividade, Maria Betanea Cardoso Lopes.
 Segundo a coordenadora do Centro Dia, Lidiane Vieria, a instituição está sempre em busca de oferecer atividades que despertem o interesse em conhecer os diversos segmentos da vida humana. Para ela, neste caso, foi até uma forma de mostrar que o esporte também é um espaço que as pessoas com deficiência devem ser incluídas. “A gente sempre tenta fazer com que eles tenham dias diferentes, principalmente, com a família. Aqui, por exemplo, foi um momento de lazer e de descontração. Mas, acredito que vai muito além. Com a participação do Rodrigo no salto de paraquedas, mostrou aos pais e até mesmo aos usuários que o esporte também tem lugar para as pessoas que possuem deficiência. Foi um salto belíssimo. Todos nós que estávamos aqui embaixo amamos”, destaca.
 Idealizado por um grupo de amantes do paraquedismo, o grupo Skydive Carcará existe há quatro anos. O médico e paraquedista  Rodrigo Cabral foi um dos organizadores do evento. “Quando recebemos o contato da Betanea, conversei com os demais colegas e resolvemos abraçar a ideia. Esperamos que essa tarde tenha sido muito especial para eles, porque para nós foi muito. Mostramos que esse é um esporte que é acessível para todos e, mesmo aqueles que possuem algumas limitações, é possível sentir as sensações da queda  livre com ajuda de uma outra pessoa preparada, no caso, o instrutor. Eu acho que o que fizemos ainda foi algo muito pequeno porque esses meninos e meninas merecem muito mais”, ressalta.
Fonte: PMA
Fotos: Danillo França

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