Um estudo divulgado pela
Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que Sergipe perdeu mais de 500
leitos hospitalares nos últimos dez anos. Segundo o levantamento, em 2008 o
Estado tinha 3.762 leitos, o que representava uma média de 1,88 leito por mil
habitantes, contabilizando Sistema Único de Saúde (SUS), não SUS e Cobertura de
Atenção Básica. Já em 2018, o Estado registra 3.190 leitos, o que dá uma média
de 1,39 leitos por mil habitantes.
Em Aracaju, segundo o levantamento da CNM, em 2008 eram 1.829 leitos na capital
e atualmente o número reduziu para 1.395, redução de 23,73%. Nos municípios do
interior de Sergipe, eram 1.560 leitos do SUS e atualmente são 998, uma redução
de 36,3%.
O estudo aponta ainda que, em relação ao número de leitos do SUS, Aracaju e
Maceió foram as duas capitais do Nordeste com maior diminuição de vagas. Em
todos os Estados ocorreu diminuição de unidades, mas as maiores quedas foram
registradas em Sergipe (29,39%), Paraíba (17,72%) e Bahia (11,79%).
Em dez anos, o Brasil perdeu 23.091 leitos hospitalares, o que representa seis
camas para internação de pacientes desativadas por dia. No Sistema Único de
Saúde (SUS), a situação foi ainda mais grave, apresentando uma redução superior
a 41 mil leitos, o que corresponde ao fechamento de 11 por dia.
“Os leitos públicos reduziram drasticamente, passaram de 344.573 para 303.185
na última década. Hoje, nenhuma região atinge a quantidade recomendada pelo
Ministério da Saúde”, explica o presidente da CNM, Glademir Aroldi. Os dados
foram divulgados nesta sexta-feira, 19.
A taxa ideal de leitos é entre 2,5 e três leitos para cada mil habitantes,
segundo Ministério da Saúde. O Norte apresenta os números mais distantes do
recomendado, contabiliza 1,7, seguido do Nordeste e do Sudeste, com dois leitos
para a mesma proporção de pessoas.
Considerando a quantidade de leitos hospitalares por especialidade, identificou-se
que os leitos denominados outras especialidades, pediátricos e obstétricos
apresentaram redução mais acentuada ao longo do período analisado, com -24,73%,
-22,32% e -13,81%, respectivamente. Em contrapartida, os leitos de hospital-dia
tiveram aumento expressivo, que reflete possivelmente a inclusão de
procedimentos rápidos e tratamentos clínico, cirúrgico, diagnóstico ou
terapêutico, que ocupam o leito por um período máximo de 12 horas.
O JORNAL DA CIDADE entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da
Secretaria de Estado da Saúde em busca de respostas sobre a situação apontada
na pesquisa, no entanto foi informado que a SES só poderia se manifestar sobre
o assunto a partir da manhã de hoje.