O sistema prisional brasileiro encontra-se inflado há bastante tempo em todos os Estados da Federação. Para se ter ideia dessa realidade alarmante, em junho de 2016, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) já contabilizava quase 700 mil presos.
 O recorte para o ano de 2016 se dá por conta de ser o mais recente estudo feito, nessa amplitude no Brasil, pelo órgão responsável pela gestão das unidades prisionais. Ele também aponta para a escalada no número de mulheres nos presídios brasileiros, que ultrapassou 42 mil detentas.
Mais recentemente, um levantamento produzido pela Diretoria de Análise de políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou um crescimento de 700% na quantidade de mulheres presas nos últimos 16 anos no Brasil.
 Apesar desse crescimento, o montante de mulheres nas penitenciárias do Brasil representa cerca de 5% com relação aos homens. Em Sergipe, de pouco mais de cinco mil pessoas que estão privadas de liberdade, até 5 de novembro último, 270 eram mulheres, segundo dados da Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa do Consumidor (Sejuc), o que representa pouco mais de 5%.
 Ainda segundo dados do Depen, Sergipe é o 4º estado do País com o menor número de mulheres presas, estando atrás de Tocantins, Roraima e Amapá. Em nível internacional, o Brasil também ocupa a 4ª posição em número de mulheres encarceradas, perdendo apenas para os Estados Unidos, China e Rússia, segundo relatório do World Prison Brief e do World Female Imprisonment List.
 Em Sergipe, também houve uma ascensão no número de mulheres presas. Em 2007, o Estado computava apenas 89 detentas e, até o fim de 2018, esse montante deve ser superior a 300 mulheres privadas de liberdade.
 Outro dado que chama a atenção é o tipo de crime relacionado a essas prisões. Em 2013, quase 60% das mulheres presas tinham acusações relacionadas ao tráfico de drogas. Em 2018, essa realidade ainda permanece.
 De acordo com a assessoria de comunicação da Sejuc, o tráfico ainda permeia o universo feminino das encarceradas sergipanas. Um detalhe fornecido pela secretaria deixa evidente que, em muitos casos, os companheiros são os grandes incentivadores dessas mulheres no mundo do crime: algumas delas são presas quando realizam a visita e tentam levar drogas para eles.
 De acordo com o consultor de segurança e ex-comandante da Polícia Militar, Maurício Iunes, a facilidade tem levado as mulheres a serem cooptadas para o mundo do tráfico.
 “É muito mais fácil a mulher estar em poder da droga do que o próprio homem. Há uma tendência natural que as abordagens sejam feitas em cima de homens, o que facilita o ir e vir delas. Mulher tem em todos os segmentos, inclusive no crime. Para uma abordagem a uma mulher na rua vai ser necessária a presença de uma mulher policial e o contingente feminino é insuficiente para isso”, ressalta Iunes.

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