O desemprego levou 600 mil sergipanos a ficarem com o nome inscrito nas empresas de restrição ao crédito. A situação, popularmente chamada de nome sujo, tem afetado a economia, pois já que estão sem dinheiro para honrar com suas contas, a população tem preferido usar o dinheiro para pagar aquelas despesas que mexem diretamente com sua sobrevivência. Em todo o país, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de pessoas com dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro, alcançou 60,7% em outubro de 2018, o que representa estabilidade em relação ao patamar observado em setembro de 2018.
 O coordenador estadual do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o economista Luís Moura, comenta que a pesquisa mostra que houve uma queda muito pequena na inadimplência no mês de outubro. Queda esta que não é significativa, mas é uma queda. Mas como as pessoas costumam utilizar o décimo para pagar suas dívidas, então provavelmente essa inadimplência irá cair mais ainda em novembro e dezembro com o recebimento desses valores.
 “As pessoas desempregadas priorizam os pagamentos onde há questão de sobrevivência para ela. Entre escolher de pagar um carnê e pagar a conta de luz e de água, ou o medicamento, vai preferir pagar as contas mais imediatas. É claro que o nome vai ser negativado, mas com essa condição de desemprego ela não está preocupada com essa questão, pois no momento seguinte que conseguir um emprego, vai equilibrar as contas e, consequentemente, honrar seus compromissos”, coloca.
 E é justamente o desemprego que ocasionou o negativamento de 63 milhões de brasileiros e 630 mil sergipanos. “Um número extremamente elevado, porque não são pessoas que estão acostumadas a ficarem inadimplentes, mas dada a situação da economia do país, elas são impulsionadas à inadimplência, muitas vezes uma situação oposta à vida que ela tinha antes quando trabalhava e pagava suas contas em dia”.
 A pesquisa mostra ainda que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso, por sua vez, recuou em outubro de 2018 na comparação com o mês imediatamente anterior, passando de 23,8% para 23,5% do total. Também houve queda do percentual de famílias inadimplentes em relação a outubro de 2017, que havia registrado 26,0% do total. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável, em 9,9% do total, em outubro de 2018, apresentando queda, porém, em relação aos 10,1% de outubro de 2017.
 O economista pontua ainda que a situação econômica acaba impondo essa condição de inadimplente, por isso que os números da pesquisa não mostram muita alteração com a comparação de outubro de 2017 com outubro de 2018, assim como o mês de setembro do ano passado e deste ano. “Houve uma pequena variação negativa, o que é bom, mas nada significativo. É claro que enquanto a situação da economia não melhorar, as pessoas voltarem a conseguir emprego, dificilmente teremos uma redução significativa dessa inadimplência”, reforçou Luís Moura.

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