O delegado Luciano Cardoso, titular da 2a Delegacia
Metropolitana, instaurou inquérito policial para investigar crimes de
agiotagem, extorsão e ameaças que estariam sendo praticados por colombianos
contra comerciantes sergipanos. De acordo com o delegado, trata-se de uma máfia
colombiana que cobra 10% ao dia por conceder empréstimos [em dinheiro] a
pequenos comerciantes que atuam no centro de Aracaju. “Eles [os colombianos]
emprestam R$ 1 mil e ao final do dia [todos os dias] vão buscar R$ 100 e quem
não paga é ameaçado: os motoqueiros começam a rondar as vítimas”, conta Luciano
Cardoso.
Os comerciantes vítimas desta agiotagem não
denunciaram pessoalmente porque temem ser mortos, segundo o delegado. Mas com
base em denúncia anônima, o delegado articulou uma operação para identificar e
prender os colombianos envolvidos neste esquema de agiotagem e ameaças. Nesta
quarta-feira, 5, os policiais civis iniciaram a operação no centro comercial e
encontraram três mulheres, colombianas, com visto brasileiro temporário
praticando “jogo de azar”, vendendo rifas no centro comercial.
“Jogo de azar é contravenção, por isso elas
vieram para a Delegacia. Vamos lavrar termo circunstanciado por contravenção
penal, mas o nosso alvo não é esse”, explicou o delegado Luciano Cardoso.
“Queremos acabar com essa grande máfia colombiana de agiotagem”, diz o
delegado. Para tanto, o delegado está instaurando inquérito policial por
formação de quadrilha, agiotagem e ameaças, paralelamente ao termo
circunstanciado por contravenção penal contra as três colombianas.
Extorsão
Luciano Cardoso tem como alvo os colombianos que
estão ameaçando comerciantes
Para o delegado, esta prática ultrapassa a
agiotagem. “É uma extorsão. Eles cobram 10% ao dia. Vai chegar um momento que
ninguém vai poder pagar e as vítimas ficam na mão destes agiotas”, comenta o
delegado. O líder da suposta quadrilha, conforme o delegado, já foi
identificado e está foragido. “Estamos pedindo a prisão preventiva dele”,
informou. Segundo Luciano Cardoso, há um imóvel alugado em Aracaju, onde
residem cerca de 30 colombianos e o líder está fora de Sergipe.
No início da tarde desta quarta-feira, 5, o
Termo de Ocorrência Circunstanciado foi lavrado contra as colombianas Ana
Eleoisa Gomez Munoz, Angie Paola Castaneda Bllogin e Angela Ortiz Fernandez. O
delegado enviará cópia deste termo para a Polícia Federal, pedindo a extradição
das colombianas. “Duas possuem visto de estudante e uma de turista. Elas não
podem trabalhar e jogo de azar não é trabalho, é contravenção penal”, relata o
delegado.
Por
Cassia Santana