Uma equipe de
pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram nesta semana
mais uma etapa do projeto ‘Performance de antígenos circulantes para
diagnóstico da esquistossomose mansoni em residentes de área de alta
endemicidade no Nordeste brasileiro’. Desde o ano passado, a pesquisa é
desenvolvida no Povoado Gentil, distante 2 km da sede do município de
Maruim/SE.
O objetivo
geral do projeto é avaliar métodos de diagnóstico de antígenos circulantes (CCA
e CAA) para detecção do Schistosoma mansoni em uma área de alta
endemicidade no nordeste brasileiro. A pesquisa conta com apoio do Departamento
de Morfologia, da Universidade Federal de Sergipe, e da Secretaria da Saúde do
Estado de Sergipe (SES/SE), através da Gerência do Núcleo de Endemias. A
Prefeitura de Maruim, através da Coordenadoria Municipal de Vigilância em
Saúde, vinculada a Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento, também participa
no apoio logístico e material.
O projeto é
coordenado pelo doutor em Parasitologia pelo Instituto de Ciências
Biológicas/UFMG, Fernando Schemelzer de Moraes Bezerra, que é professor titular
do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, da Universidade Federal
do Ceará. Fernando Bezerra possui Pós-Doutorado pelo Natural History Museum de
Londres e representa a Sociedade Brasileira de Parasitologia, no Ceará.
De acordo com o coordenador do projeto, o professor Fernando Bezerra, a
pesquisa nasceu a partir do levantamento do inquérito nacional de prevalência
de esquistossomose e geomintoses, realizada no período de 2015 a 2017. Em
Maruim, a execução do projeto iniciou no ano passado. “No primeiro momento
explicamos aos moradores do Povoado Gentil, em Maruim/SE, o objetivo do
projeto, aplicamos um termo de consentimento para participação da pesquisa e
aplicamos um questionário para conhecer a situação epidemiológica do local. Em
seguida retornamos e realizamos exames na comunidade. Colhemos fezes, urina e
sangue para saber a situação encontrada, não somente em relação à
esquistossomose, mas também em relação a outras verminoses que poderiam estar
presentes. Após esta etapa, a Prefeitura de Maruim, através da Secretaria de
Saúde e Saneamento fez o tratamento coletivo da comunidade, pois tínhamos um
índice de positividade acima de 25%, estabelecido pelo Ministério da Saúde, ou
seja, considerado elevado, pois chegamos a 49% de positividade”, alertou o
professor.
“Vamos realizar
os mesmos exames para identificar se o índice baixou a partir do tratamento
local. Em dois ou três meses poderemos ter um resultado para traçarmos os
próximos objetivos do projeto no município”, garantiu o pesquisador.
Segundo o Ministério da Saúde, a esquistossomose mansoni é uma doença
parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. No Brasil, a
Esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” e
“doença dos caramujos”. E somente três espécies são consideradas hospedeiros
intermediários naturais da esquistossomose: B. glabrata, B. straminea e B.
tenagophila. Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino
e fígado do hospedeiro definitivo. O agente etiológico da esquistossomose é
o Schistosoma mansoni.