Sete pessoas estão presas acusadas de integrar uma organização criminosa que desviou, conforme apurado até o momento pelo Ministério Público de Sergipe (MP-SE), mais de R$ 20 milhões dos cofres do município de Carira (SE). Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos nesta terça-feira (11) durante a operação da Polícia Civil "Xeque Mate do Sertão" em Aracaju, Carira, Tobias Barreto e Salvador (BA). 
 Apontado como chefe do esquema, o ex-prefeito João Bosco Machado, teria articulado "laranjas" para constituição de empresas que foram utilizadas em licitações direcionadas; a principal delas, "Angular Construções", operou apenas nos anos em que Bosco Machado ou seu filho Diogo Machado estiveram à frente da gestão municipal. Juntos, exerceram cinco mandatos naquela cidade. 
 "A empresa Angular foi criada em 1994 quando João Bosco Machado era prefeito, ficou na atividade até 2008, quando a família perdeu as eleições, foi desativada, sendo reativada quando o filho de João Bosco assumiu o Executivo. A quebra de sigilo bancário mostrou que os valores recebidos eram transferidos diretamente para a conta deles", afirmou a promotora de Carira, Maria Rita Machado Figueiredo. 
 Com essa empresa, destacou a delegada Lara Schuster, ficou comprovada uma movimentação milionária no período investigado através da conta de um servidor municipal, cujo vencimento mensal nunca passou de um salário mínimo. 
 "Alguns  (presos) dizem que emprestavam suas contas. Um deles, Antônio Carlos, recebe um salário mínimo e movimentou mais de R$ 10 milhões em suas contas", disse a delegada, que coordena a apuração do Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap). 
 Os investigadores não descartam o envolvimento de outras empresas nessa fraude que, conforme salientaram, deve gerar  desdobramentos. Os investigados foram denunciados pelo MPE pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude em licitação, dentre outros. 
 Outros três alvos desta operação se comprometeram a se apresentar à polícia nesta quarta-feira (12), informou a Polícia Civil. Entre eles está Diego Menezes Machado, filho de Bosco Machado e irmão de Diogo Machado, e que responde a um processo criminal por homicídio. 
 Em depoimento, todos os presos negaram as acusações. O advogado Evânio Moura, que atua na defesa dos políticos presos, contesta o embasamento jurídico da investigação. Eles informou que deverá impetrar um pedido de habeas corpus. 
 "Houve um procedimento licitatório, os empresários estão aí e podem confirmar a veracidade dos contratos. Um eventual equívoco administrativo não é crime. Não há fraude nas licitações, fraude tem que ter dolo. A prisão foi completamente desnecessária", declarou. 

Nomes dos investigados que já estão presos 
João Bosco Machado 
Diogo Menezes Machado 
Antonio Carlos dos Santos 
José Messias dos Santos
José Alves de Menezes 
Robson Lopes de Menezes
Marcelo Oliveira Menezes



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