No primeiro semestre de 2019,
20.830 sergipanos passaram por tratamento contra câncer no Hospital de Urgência
de Sergipe (HUSE). Do total, 12.046 realizaram sessões de radioterapia, 165
realizaram sessões de braquiterapia, e 8.619 pessoas enfrentaram quimioterapia,
sendo 8.091 pacientes adultos e outros 528 infantis.
No Hospital do Cirurgia,
localizado na zona Central de Aracaju, instituição filantrópica responsável por
atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), 652 pessoas estão
em tratamento oncológico atualmente.
Para o agendamento de
consultas e tratamentos oncológicos, os pacientes do SUS de Sergipe enfrentam
uma fila do sistema do Complexo de Regulação de Saúde de Sergipe (Sigau), que
segundo informações da representante da Associação Mulheres do Peito, Sheyla
Galba, muitos esperam cerca de 30 dias para conseguir o primeiro atendimento.
“Antes, quando o paciente era
diagnosticado com câncer, ele ia ao Huse e marcava a primeira consulta. Agora,
ele vai para a fila do Sigau, onde será encaminhado para Huse ou Hospital do
Cirurgia, e tem pacientes que reclamam que passam cerca de um mês para
conseguir a primeira consulta. Essa fila foi criada só para atrapalhar a vida
dos pacientes oncológicos”, disse Sheyla.
Além da espera, outros
problemas são enfrentados diariamente por pacientes com câncer em Sergipe,
segundo afirma a representante. Os principais estão relacionados aos atrasos
para realização de exames, falta de medicamentos e mudança de médicos.
“Os médicos da oncologia estão
pedindo demissão, e o que acontece é que ele pede demissão e os pacientes vão
rendo realocados para outros médicos com agendas extensas. Também tem a questão
da entrada. Quando o paciente oncológico tem qualquer emergência, ele tem
entrada pela urgência, ficam na ala azul ou verde, e não tem um espaço
diferenciado para ele. Esses são os principais problemas enfrentados”,
acrescenta Sheyla.
Ainda conforme Galba, nessa
última semana três pessoas com câncer, que passaram pelo Mulheres no Peito,
morreram. “Desde o início desse ano, muitos já morreram, e com certeza isso é
reflexo da falta de estrutura no atendimento e tratamento. Os atrasos implicam
em mortes. Porque quem tem câncer, tem pressa. Essa história de aguardar
medicamento que faltou, só prejudica. Tem mulheres que estão há um ano para
fazer ultrassonografia mamária, e não conseguiram ainda. Por isso eu digo e
repito: quem tem câncer, tem No primeiro semestre de 2019, 20.830 sergipanos
passaram por tratamento contra câncer no Hospital de Urgência de Sergipe
(HUSE). Do total, 12.046 realizaram sessões de radioterapia, 165 realizaram sessões
de braquiterapia, e 8.619 pessoas enfrentaram quimioterapia, sendo 8.091
pacientes adultos e outros 528 infantis.
No Hospital do Cirurgia,
localizado na zona Central de Aracaju, instituição filantrópica responsável por
atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), 652 pessoas estão
em tratamento oncológico atualmente.
Para o agendamento de
consultas e tratamentos oncológicos, os pacientes do SUS de Sergipe enfrentam
uma fila do sistema do Complexo de Regulação de Saúde de Sergipe (Sigau), que
segundo informações da representante da Associação Mulheres do Peito, Sheyla
Galba, muitos esperam cerca de 30 dias para conseguir o primeiro atendimento.
“Antes, quando o paciente era
diagnosticado com câncer, ele ia ao Huse e marcava a primeira consulta. Agora,
ele vai para a fila do Sigau, onde será encaminhado para Huse ou Hospital do
Cirurgia, e tem pacientes que reclamam que passam cerca de um mês para
conseguir a primeira consulta. Essa fila foi criada só para atrapalhar a vida
dos pacientes oncológicos”, disse Sheyla.
Além da espera, outros
problemas são enfrentados diariamente por pacientes com câncer em Sergipe,
segundo afirma a representante. Os principais estão relacionados aos atrasos
para realização de exames, falta de medicamentos e mudança de médicos.
“Os médicos da oncologia estão
pedindo demissão, e o que acontece é que ele pede demissão e os pacientes vão
rendo realocados para outros médicos com agendas extensas. Também tem a questão
da entrada. Quando o paciente oncológico tem qualquer emergência, ele tem
entrada pela urgência, ficam na ala azul ou verde, e não tem um espaço
diferenciado para ele. Esses são os principais problemas enfrentados”,
acrescenta Sheyla.
Ainda conforme Galba, nessa
última semana três pessoas com câncer, que passaram pelo Mulheres no Peito,
morreram. “Desde o início desse ano, muitos já morreram, e com certeza isso é
reflexo da falta de estrutura no atendimento e tratamento. Os atrasos implicam
em mortes. Porque quem tem câncer, tem pressa. Essa história de aguardar
medicamento que faltou, só prejudica. Tem mulheres que estão há um ano para
fazer ultrassonografia mamária, e não conseguiram ainda. Por isso eu digo e
repito: quem tem câncer, tem pressa”, ressalta.
A realidade dura dos pacientes
oncológicos em Sergipe pode ser ainda maior do que foi citado pela
representante do Mulheres do Peito. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto
Nacional do Câncer (INCA), há aumento significativo no número de casos de
câncer de mama diagnosticados no Brasil sem informações de tratamento. Ainda
conforme os dados, cerca de 40% das pacientes com esse tipo de câncer tiveram
uma espera de até 30 dias para o início do tratamento pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Mais de 10% esperaram entre 31 a 60 dias e 5% esperaram mais de 60
dias. Mas, o número maior de pacientes, cerca de 50%, estão sem informações de
tratamento registradas.
Se em 2013 eram 12 casos de
câncer de mama diagnosticados sem informações de tratamento no sistema SUS no
Brasil, em 2019 o número saltou para 3.074 casos. O que significa dizer que não
se sabe informar se esses pacientes diagnosticados tiveram acesso ao tratamento
adequado, quanto tempo precisou esperar para dar início, tampouco se foi dado
andamento ao tratamento oncológico, e se foi finalizado. Dessa forma, resta
somente o apelo das associações e entidades que lutam por tratamento digno de
pessoas doentes, para que todos tenham acesso à saúde, de maneira igualitária e
eficaz.
Reportagem: Laís de Melo
Fotos: André Moreira