A história de Roney Shelb, motorista e líder da Renovação Carismática Católica da cidade de Muriaé, na Zona da Mata mineira, causou revolta em todo o país. Ele é acusado de ter estuprado mais de cem mulheres e extorquido mais outras dezenas delas. O acusado, de 30 anos, foi preso no dia 2 de outubro, em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte, após uma das vítimas, cansada das chantagens e humilhações, prestar queixa à polícia mineira.
  O crime foi praticado em dezenas de cidades, em 13 estados do país, inclusive em Sergipe. Com o suspeito foram apreendidos diversos materiais, entre eles computador, notebook, tablet, aparelhos celulares, chips telefônicos, pendrives e CDs, além de vários objetos e produtos eróticos e pornográficos.
  Por meio de diferentes redes sociais, o suspeito atraía mulheres para serem “Sugar Baby” ou “Suggar Babbies”, expressão utilizada para designar relacionamentos por interesse financeiro. O acusado também atraía as vítimas com a promessa de pagamentos, que variaram entre R$ 4 mil e R$ 10 mil, para que elas enviassem fotos e vídeos íntimos.
  Para que o golpe fosse convincente, Roney simulava um depósito com o valor acordado na conta das vítimas. Mas, na compensação bancária, o dinheiro não constava no envelope. A essa altura, as vítimas já haviam enviado os “nudes”.
  De posse desse material pornográfico, o acusado passava a fazer ameaças às vítimas, afirmando que colocaria o conteúdo na rede caso elas não fizessem o que lhes fosse ordenado.
  No caso da vítima sergipana, a polícia mineira informou que deverá intimá-la para prestar depoimento sobre o caso. Ela não prestou queixa à polícia sergipana e só foi identificada devido ao material apreendido em posse do acusado.
  O delegado responsável pelo caso, Magno Machado Nogueira, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes (DEF), da Polícia Civil de Belo Horizonte, explicou sobre a ação do suspeito: “Após os primeiros contatos, o indivíduo conseguia imagens íntimas das mulheres, oportunidade em que iniciavam as extorsões. Após serem ameaçadas, o autor obrigava as vítimas a enviarem vídeos eróticos e a se encontrarem com o mesmo, praticando uma série de estupros”, afirmou o delegado.
  Segundo as investigações, o suspeito mantinha um banco de dados com informações pessoais das vítimas, com fotos, vídeos e informações de familiares. Ele possuía a senha das redes sociais das vítimas, conseguindo total controle psicológico através de graves ameaças.
  Para se ter ideia das atrocidades cometidas por Roney, em um dos casos ele obrigou uma vítima a cometer o ato sexual com um cachorro. Em outro caso, ele exigiu que a vítima encontrasse um homem de forma aleatória na rua e transasse com ele. Em seguida, a mulher teria que enviar o vídeo para que ele pudesse comprovar. Tudo era feito para constranger e humilhar as vítimas.
  A polícia também constatou que, em alguns casos, Roney exigia que as vítimas assinassem um contrato de escravidão. Além de assinar o referido documento, as vítimas teriam que gravar um vídeo confirmando que estariam de acordo com o tal documento. Já foram identificadas mais de cem vítimas, todas do sexo feminino, sendo mulheres e adolescentes. As investigações irão prosseguir para identificação de outras supostas vítimas e elucidação de todos os fatos.



Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem

Servitec

Portal Sergipano