Como o petróleo venezuelano foi parar no mar? Teria vindo de um naufrágio? Vazado de um navio? Uma embarcação fantasma, sem localizador, seria a responsável pelo desastre que atingiu a costa nordestina? São hipóteses que a Marinha e cientistas brasileiros estão investigando para decifrar esse enigma.
 Após 42 dias, a área atingida pelas manchas de petróleo continua aumentando. O que já sabemos sobre o que provoca esse desastre ambiental? Sabemos a origem.
 Três testes confirmam que o petróleo vem da Venezuela. A identificação é precisa a nível molecular. Basta uma microgota. O equipamento separa e mede cada componente do óleo. O resultado é um gráfico, como se fosse o DNA do óleo. A Petrobras analisou 30 amostras e descobriu que o óleo cru foi misturado com produto refinado.
 Mas onde esse petróleo vazou no mar? Um pesquisador do Inpe criou um modelo matemático que leva em consideração o ritmo de aparecimento das manchas no litoral e o comportamento das correntes marinhas dia a dia, e chegou a um ponto a 400 quilômetros da costa, entre o Recife e Maceió, bem no cruzamento de duas rotas marítimas importantes.
 A Marinha agora concentra as investigações na área que avança 800 quilômetros pelo mar. A Marinha pode acompanhar todos os navios - sabendo rota, carga e velocidade - em tempo real.
Em um mês, do início de setembro a início de outubro, 1060 navios tanque, carregando petróleo ou derivados, passaram pela área; 30 estão sendo investigados.
 Uma hipótese é: um naufrágio. Mas poderia um navio afundar sem nunca pedir socorro ou ter seu desaparecimento reportado? A hipótese de um naufrágio antigo ter começado a vazar é ainda mais remota. Mas também é investigada.
 Mas e se o naufrágio fosse de um navio fantasma? Um navio que não está registrado, não usa ou desliga o sinalizador e, portanto, está fora dos sistemas de monitoramento. Essa hipótese surge por questões políticas: o embargo americano ao petróleo da Venezuela. Um navio fantasma poderia ter vazado o óleo e seguido viagem.
 Outra hipótese, que pode envolver ou não um navio fantasma: uma transferência de carga em alto mar, que deu errado.
 Na investigação, a Marinha procura navios que tiveram comportamento suspeito como ligar e desligar localizadores ou buscaram reparo de emergência ao redor do mundo, e analisa imagens de satélite em colaboração com o governo americano.
 Mas ainda podem se passar muitos dias, e a mancha continuar descendo a costa, antes de termos as respostas.

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