Em entrevista coletiva da
Organização Mundial de Saúde (OMS), o diretor-geral, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, afirmou que os lockdowns (ou quarentenas) podem comprar
tempo, mas devem levar em conta que cada país é diferente.
A fala de Ghebreyesus é
encarada como um “recuo” da OMS em relação ao isolamento de pessoas saudáveis
durante a pandemia do vírus chinês, que impacta diretamente na economia e no
sustento de famílias.
“Se estamos fechando ou
limitando o movimento, precisamos pensar nelas [as pessoas]. O impacto na
economia tem a ver com vários fatores, mas precisamos saber o que isso
significa para o indivíduo que precisa sair para sobreviver. Venho de uma
família pobre e sei o que significa se preocupar com o que comer amanhã”.
Ainda de acordo com o diretor
da OMS, os governos têm de levar em conta a população que precisa trabalhar
para garantir seu pão diário.
O afrouxamento das medidas de
isolamento já vem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que recebe
inúmeras críticas. Em diversos estados, está proibida, sob pena de multa, a
abertura do comércio. As pessoas foram privadas do direito de garantirem seu
próprio sustento.
“Se fecharmos ou limitarmos as
movimentações, o que acontecerá com essas pessoas que têm que trabalhar todos os
dias e têm que garantir seu pão de cada dia todos os dias?”, questiona Tedros.
“Cada país, baseado em sua situação, deveria responder a esta questão”,
acrescentou.