“Nenhum economista nunca me mostrou o valor de uma vida”, relatou Helton Monteiro, médico e vice-presidente do Sindicato dos Médicos em Sergipe (Sindimed), ao se referir ao cenário de óbitos pela Covid-19 em Sergipe, e em especial, à perda de inúmeros colegas de trabalho que atuavam na linha de frente do combate à doença.

 O primeiro óbito entre médicos registrado pelo Sindicato ocorreu em Junho de 2020, e o mais recente, no último 03 de Abril. Até o momento, 11 profissionais desta categoria perderam a vida, são eles: Maria da Conceção Ramos Prudente, cardiologista (70 anos), Glória Tereza Lima Barreto Lopes, pediatra (62 anos), Marlene Carvalho Nascimento D’Ávila,oftalmologista (68 anos), Maria Eugénia Correia Teixeira, dermatologista (70 anos), Walter Marcelo Oliveira, sanitarista (58 anos), Antonio Correa Fernandes, Cirurgião (58 anos), Flamariom Luiz Tavares, cirurgião (71 anos), Francisco de Assis Gouveia, pediatra (62 anos) Marcos Antônio Costa Campos de Santana, radioterapeuta (35 anos), Sonia Del Vecchio Silva, ginecologista (74 anos) e Reginaldo Silva, fundador do Hospital Renascença (74 anos).

 “Esta última semana foi muito dura e triste, abalou toda a categoria médica. O legado que podemos deixar aos nossos colegas que se dedicaram a salvar vidas, é a permanência da luta do Sindicato, pois nossa função é essa: fiscalizar e tentar ajudar ao máximo os gestores. Então vamos continuar fiscalizando”, disse Helton.

 Segundo o profissional, durante toda a pandemia o Sindimed esteve engajado na garantia da saúde pública no estado e na preservação de condições dignas de trabalho a estes trabalhadores, através do envio de ofícios ao Governo do Estado e a realização de coletivas que atentem para a necessidade de conferir celeridade nas medidas de combate ao novo Coronavírus.

 No entanto, Helton afirmou que no estado muitos profissionais de saúde trabalham sob demanda excessiva, e por isso, cobra responsabilização e o “colocar-se no lugar do outro” por parte dos gestores, na tentativa de reverter o colapso no sistema de saúde e o número crescente de mortes entre os sergipanos.

 “Os profissionais de saúde se arriscam e já estão sem saúde mental. Eu me pergunto se estes gestores teriam coragem de deixar seus parentes agonizando em um leito de UTI ou pegando ônibus lotados todos os dias, correndo o risco de pegar essa doença e morrer, o que pedimos é responsabilidade”, finalizou.

Fan1

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