O martelo já está batido. O atual auxílio emergencial (valor médio de R$
250) terá prorrogação de 2 meses e vai durar até setembro. O governo pagou R$
17,9 bilhões até agora dos R$ 44 bilhões previstos inicialmente para 2021, segundo o Portal da Transparência.
A lógica é que o benefício contemple os mais vulneráveis enquanto não há
vacina. Governadores têm estimado que até setembro todos os brasileiros adultos
já estarão vacinados.
É por isso que o governo de Jair Bolsonaro acha que o benefício deve ser
estendido até lá. Se a previsão de vacinação não se confirmar, aí muda tudo.
Pouco antes do fim do auxílio, a expectativa do governo é anunciar um
Bolsa Família turbinado: o benefício médio subiria dos atuais R$ 190, em média,
para R$ 250 (valor médio igual ao do auxílio emergencial) e começaria a ser
pago no último trimestre de 2021.
PRIORIDADE: PORTAS DE SAÍDA
O ministro João Roma (Cidadania) está desenhando a reforma do Bolsa
Família. Como já foi noticiado, o governo deseja muitas portas de saída para
que o beneficiário seja incentivado a progredir e não ficar dependente do
dinheiro estatal.
O desenho final do novo programa ainda não está pronto. A grande dúvida
é sobre como essas propostas serão recepcionadas no Congresso. Deputados e
senadores devem ser consultados sobre o esboço do projeto nas próximas semanas.
Na avaliação da equipe ministerial, é relevante que o novo Bolsa Família
esteja sendo recriado com ferramentas que incentivem a saída das pessoas. Por
exemplo, alguém que está em vários programas e ganha benefícios somados
equivalentes a R$ 1.000 dificilmente sairia do assistencialismo.
Pelo que está sendo arquitetado, se essa pessoa receber uma oferta de
emprego com salário de R$ 1.500, o governo manteria metade do valor da bolsa
anterior e a renda mensal seria de R$ 2.000 –os R$ 1.500 do salário + os R$ 500
remanescentes do auxílio estatal.