Acusado de fraudar o processo eleitoral de 2018, ao forjar uma
acusação contra o ex-presidente Lula, o ministro da Justiça Sergio Moro depõe
agora no Senado e se diz vítima de 'sensacionalismo' por causa da série de
reportagens divulgadas pelo site Intercept Brasil em que ele interfere no
trabalho de procuradores no âmbito da Lava Jato.
O ministro disse que não usa Telegram desde 2017 e afirmou que um hacker
criou uma conta em seu nome. Segundo Moro, um "grupo criminoso"
acessou a troca de mensagens dele com procuradores e cometeu uma
"baixeza" para "minar os esforços anticorrupção".
"Fiquei surpreendido pelo nível de vilania", complementou.
O titular da pasta criticou o que chamou de "sensacionalismo
exarcebado" e também se queixou do site Intercept Brasil, que divulgou a
troca de mensagens dele com procuradores. "O veículo não me consultou,
violando uma regra básica do jornalismo", disse.
"Não tenho nenhum receio sobre o que tem dentro do aparelho. O
grupo criminoso tem método de clonar aparelhos", disse. "Este é um
ataque a instituições", acrescentou.
Moro também afirmou que a Polícia Federal realiza investigações com
"autonomia". A corporação é subordinada ao Ministério da
Justiça.
"Não é incomum juiz conversar com policiais, advogados,
procuradores sobre diligências que vão ser requeridas ou cumpridas. Isso é
absolutamente normal, corriqueiro na tradição jurídica brasileira", disse.
"Posso assegurar embora não tenha mais as mensagens arquivadas, é que
sempre agi conforme a lei".