Aracaju, 04 de julho de 2019
Durante sessão do Congresso
Nacional, desta quarta-feira, dia 03, o deputado federal João Daniel (PT/SE)
falou da sua preocupação com relação à segurança do jornalista Glenn Greenwald
e de sua família, com relação à perseguição que vêm sofrendo por conta das
denúncias que vem fazendo através do site The Intercept Brasil, com revelações
de mensagens trocadas pelo então juiz federal Sérgio Moro e o procurador da
república Deltan Dallagnol. O marido do jornalista, o deputado federal David
Miranda (PSOL/RJ), chegou a falar sobre o caso durante a sessão. Ao se
solidarizar com a família, João Daniel repudiou que esteja sendo usada a
estrutura do governo na tentativa de frear novas revelações, numa clara
tentativa de ataque à liberdade de imprensa.
João Daniel lembrou que na terça-feira,
durante a audiência nas comissões, o ministro Moro em nenhum momento ele
afirmou ou negou que tivesse mandado fazer investigação pela Polícia Federal
através do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com já foi
noticiado. “Portanto, é lamentável a prática do ministro Sérgio Moro, que
quando juiz já foi de ameaçar a imprensa. Todos sabem como foi feita a condução
coercitiva do jornalista Eduardo Guimarães. Ele [Moro] tem problema com a
democracia, com a Constituição”, afirmou João Daniel, acrescentando que essa
medida de utilizar o Coaf para investigar a movimentação financeira do
jornalista revela quais as reais intenções de sua luta e do governo para que o
Coaf continuasse sob o comando do Ministério da Justiça.
O parlamentar disse que Moro
ganhou como presente o Ministério da Justiça por ter participado de toda
articulação que levou estes que estão hoje no Palácio do Planalto, com um
presidente que não apresentou ao povo brasileiro nenhum projeto até o momento.
“O Brasil passa pela pior crise da história”, destacou. João Daniel lembrou que
em sessão especial a Câmara homenageou, na manhã de hoje, Leonel Brizola e ele,
observou o deputado, assim como outros grandes pensadores e estadistas que já
foram homenageados pelo Parlamento, deve estar a se perguntar como foi que
nosso país chegou a tempo, com este presidente no Planalto.
“O presidente Bolsonaro é
obrigado a blindar Sérgio Moro porque Moro é responsável por toda a arquitetura
que levou ao impeachment sem crime da presidenta Dilma, levando à retirada do
presidente Lula do processo eleitoral e levou a rasgar a Constituição para
promover, junto com os membros do Ministério Público Federal, processos que
criminalizaram e prenderam o presidente Lula”, disse. Segundo o deputado, o que
está ocorrendo no Brasil e no mundo inteiro, sendo revelado pelo site Intercept
Brasil, pelo jornalista Glenn e toda sua equipe, leva o Brasil a uma situação
muito grave de falta de credibilidade, com toda repercussão que tem tido nos jornais
em nível internacional.
Sobre a audiência nas
comissões da Câmara, quando o ministro Sérgio Moro saiu antes de responder a
todos os deputados inscritos – inclusive João Daniel não chegou a ter seu tempo
de fala garantido –, o deputado disse que o que se pode perceber é que o
ministro não tem mais nada a responder, porque ele repetiu o que havia falado
no Senado na semana passada e assumiu que parte das revelações podem ser
verdadeiras. “Portanto, não há mais outro caminho a não ser o ministro renunciar
ao cargo assistir a uma investigação isenta da Polícia Federal”, disse. Para
João Daniel, se assim não for, como é que a PF fará uma investigação isenta se
o seu próprio chefe é o investigado. O parlamentar também repudiou setores
antidemocráticos e fascistas que foram as ruas no último domingo pedir o
fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
Por Edjane Oliveira, da
Assessoria de Imprensa
Foto: Gustavo Bezerra/PT na
Câmara