O presidente Jair Bolsonaro editou, na última segunda-feira, 5, a Medida Provisória 892, que altera a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976). Agora, as empresas poderão publicar seus balanços no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e em seus próprios endereços na internet, sem precisar, portanto, publicá-los em jornais de grande circulação, como acontecia.
 Com a medida, os jornais brasileiros perdem uma fonte de renda segura e certa: a publicação de balanços de empresas em meios impressos.
 De acordo com a estimativa da cifra faturada por jornais impressos com a reserva de mercado que vigorou até 2019, a perda às empresas com a medida deve chegar a R$ 600 milhões. A safra de balanços deste ano já foi publicada. O grande impacto será sentido em 2020.
 Na terça-feira, 6, Bolsonaro anunciou a medida em discurso na cerimônia de abertura do 29º Congresso da Expofenabrave, em São Paulo. No momento, aproveitou para ironizar os jornais que publicam reportagens críticas ao seu governo.
 “Essa imprensa que eu tanto amo. Até sobre a matéria de domingo, sobre 102 parentes, eu queria dizer que eu não sou o Deus priapo. Então assinei uma Medida Provisória que fala sobre publicação de balanços referentes às empresas de capitais aberto. Quantas vezes nós abrimos os jornais e temos ali balanços de grandes empresas, como a Petrobras, dezenas de páginas, bem como outras empresas não estatais, também com algumas páginas publicando seu balanço”, disse.
 “Então para ajudar a imprensa de papel e para facilitar a vida de quem produz também, a nossa Medida Provisória faz com que o empresário possa publicar seus balanços a custo zero em sites da CVM ou no Diário Oficial da União”, completou.
 Segundo o presidente, “as grandes empresas gastavam com jornais em média R$ 900 mil por ano”.
 “Vão deixar de gastar isso aí. Eu tenho certeza que a imprensa vai apoiar essa medida. Obra de uma caneta BIC ou Compactor”, disse, ironizando.

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