O Conselho Político
da Confederação Nacional de Municípios (CNM) se reuniu na manhã de
sexta-feira (12) para debater como devem ser conduzidas as ações para o adiamento
das eleições municipais, ainda agendadas para este ano.
O Congresso Nacional deve
começar a decidir, até o final de junho, sobre o adiamento ou não do
pleito eleitoral. O movimento municipalista, baseado em dados
científicos, defende a prorrogação diante do cenário de pandemia do
coronavírus que atinge o Brasil.
O presidente da CNM, Glademir
Aroldi, convocou a reunião para debater, junto aos representantes das entidades
estaduais e membros do Conselho, as ações que o movimento deve tomar para
garantir que a população não tenha que ir às urnas neste momento tão crítico
para o País.
“Não dá para acreditar que
alguém diga que não tem como realizar em outubro, mas daria para realizar em
novembro ou dezembro. No site do Senado, tem uma notícia que haverá um encontro
dos líderes da Câmara e do Senado para debater esse assunto e precisamos focar
nosso trabalho junto a esses líderes para que eles entendam e ouçam nossos
posicionamentos”, defendeu Aroldi.
Aroldi contou ainda que a
CNM está trabalhando em um documento com dados científicos que comprovam que,
em novembro e dezembro, o País ainda não estará em situação confortável
para realizar eleições. “Nós não vamos estar bem para fazer eleições. O Brasil
está tendo a maior velocidade de disseminação do vírus e não temos dados que
comprovem que isso vai melhorar, pelo contrário, os dados são muito
pessimistas”, lamentou o presidente da CNM.
A expectativa do momento é
que, nos próximos dias, seja instalada a comissão mista no Congresso Nacional
para tratar do assunto. Nesta linha, o presidente de honra da CNM, Paulo
Ziulkoski, sugeriu aos membros do Conselho: “precisamos nos basear em
dados científicos para defender o adiamento das eleições. Infelizmente, o
cenário é ruim e a tendência é piorar”, justificou. Ele defendeu ainda que o
movimento deve trabalhar para estar dentro dos debates no Congresso Nacional.
Trabalho da CNM
A equipe técnica e jurídica da CNM apresentou argumentos e números que devem
estar dentro do estudo a ser entregue pela entidade para justificar a
importância do adiamento das eleições. Além de dados sanitários, a equipe
preparou um panorama econômico e jurídico aos líderes estaduais. “O próprio
processo de promover as eleições pode ser responsável por uma segunda onda de
contaminação no país”, alertou o supervisor do Núcleo de Desenvolvimento Social
da CNM, Denilson Magalhães.
Nos próximos dias, a Confederação
deve divulgar esse documento com argumentos científicos, sanitários, econômicos
e jurídicos para apoiar os deputados e senadores na decisão sobre o adiamento
das eleições.
Francisco Nilson, que
preside a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), defendeu
que os prefeitos precisam falar com a imprensa local e apresentar e difundir as
informações da CNM. “Não concordamos com esse processo eleitoral do jeito que
está pelas questões sanitárias. Não podemos assumir esse risco”, defendeu
Nilson.
Já o recém-empossado
presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Orildo
Savargnini, falou do trabalho da entidade junto aos líderes. “Ontem terminamos
o debate com os prefeitos das microrregionais e estão todos alinhados para
falar sobre essa questão das eleições”, contou.
Complementando a fala, o
novo presidente da Federação Goiana de Municípios (FGM), José Cunha, falou
que a entidade está trabalhando junto aos parlamentares e com o apoio das
informações da CNM vai ficar ainda mais fácil de orientar os deputados e
senadores.
Alinhado com o pensamento
dos demais gestores, o presidente da Associação Matogrossense dos
Municípios (AMT), Neurilan Fraga, alertou para o avanço da doença no
Estado. “Realizar eleições esse ano vai cair nas costas dos prefeitos, que não
poderão realizar reuniões e campanhas como estão acostumados. É humanamente
impossível realizar eleições este ano”, disse o presidente.
Carlos Cruz, presidente
da Associação Paulista de Municípios (APM), parabenizou o trabalho da CNM e
colocou a entidade à disposição para apoiar na divulgação e disseminação junto
aos parlamentares. “Nós estamos longe do platô ou da descendência da curva, ou
seja, deve ser estender por mais alguns meses essa crise”, lamentou.
Da Associação
Rondoniense de Municípios (Arom), o secretário-executivo, Roger Fernandes,
alertou para o cuidado dos prefeitos para que a população não confunda as ações
como oportunismo.
“Aguardamos o documento e
vamos fazer com que ele chegue aos deputados e senadores, assim como aos
prefeitos”, disse o novo presidente da Federação das Associações dos
Municípios do Estado do Pará (Famep), Wagne Machado.
O presidente da CNM concluiu
a reunião destacando que a entidade vai enviar documento para que os
presidentes das entidades estaduais possam encaminhar aos parlamentares. Ele
agradeceu as sugestões de cada um dos presidentes e disse que, a qualquer
momento, pode convocar o grupo para uma nova reunião virtual.
Fonte: Agência CNM de
Notícias.