Quem é da classe média e alta
em Fortaleza, clientes do Hapvida ou Unimed, já sabe qual o protocolo
disponível aos pacientes de ambos os planos de saúde na maioria dos casos de
Covid-19: hidroxicloroquina associada à outras drogas, sempre que tiverem a
devida indicação médica.
Diretores dos hospitais particulares já vieram a
público relatar os excelentes resultados do protocolo que é adotado já na fase
inicial da doença. Os relatos são de expressiva diminuição do número de
internações, desocupação de leitos e consequente diminuição no número de óbitos
dos pacientes atendidos pela rede.
A cloroquina não é uma droga experimental, ela
é conhecida e usada no Brasil há mais de 70 anos, listada pela OMS como
droga essencial, ela é comumente recomendada para pacientes com lúpus, malária
ou artrite reumatoide. Entusiasmado com os relatos médicos sobre as evidências
da eficácia da droga no tratamento do Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro foi
rápido em tomar providências e agiu em um momento decisivo da pandemia,
autorizando que os laboratórios das forças armadas produzissem para todo o
Brasil, a cloroquina que é um medicamento barato e de fácil fabricação.
Diante da rapidez do presidente, há um mês, já
chegava para o Ceará – o segundo estado com mais óbitos – uma remessa de
aproximadamente 302.000 mil comprimidos para serem oferecidos aos usuários da
rede pública. A Secretaria de Saúde do estado, no entanto, negou-se a utilizar
o medicamento na fase inicial da doença, onde é observada a maior eficácia da
cloroquina, e agora, para piorar, a secretaria anunciou que irá banir
totalmente o uso da medicação.
Com o uso da hidroxicloroquina várias vidas
poderiam estar sendo salvas, como está acontecendo em estados como Piauí e
Paraíba. Mas, por aqui, nosso sistema público de saúde vai ficando para trás.
A justificativa da secretaria para suspender o
uso da droga, seria os possíveis efeitos colaterais da droga e a “falta de
comprovação científica” dos efeitos antivirais da cloroquina no combate ao
Covid-19. Curioso, é o fato de os medicamentos adotados pelo governo, assim
como a cloroquina, nenhum deles têm “comprovação científica” relacionada ao
tratamento de Covid-19 e, enquanto a rede particular, trata seus clientes ricos
com o remédio, a Secretaria de Saúde do Ceará, mesmo com o estoque cheio, nega
a quem mais precisa.
Por Priscila Costa