Com o objetivo de desarticular um grupo
criminoso que atua na distribuição do entorpecente conhecido como maconha do
tipo skunk, com custo estimado de R$ 15 mil/kg, foi deflagrada a Operação
Xeque-Mate, pela Polícia Civil de Sergipe. A operação está sendo realizada. de
forma simultânea nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Mato Grosso do
Sul. As investigações foram conduzidas pelo Departamento de Narcóticos (Denarc)
e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com o apoio da Divisão
de Inteligência (Dipol). A ação conta com o apoio operacional da Coordenadoria
de Operações e Recursos Especiais (Core).
Na ação policial, na manhã desta quinta-feira, 24, dois integrantes da
organização criminosa, identificados como Ladisson Marcel Santos Feitosa, 18, e
Marcia Fabiana de Souza Feitosa, 38, foram localizados na região do conjunto
Costa e Silva, na capital. Eles entraram em confronto com os policiais, foram
socorridos, mas não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito.
Marcia possuía duas condenações por tráfico de entorpecentes e duas por
porte ilegal de arma de fogo. Ela era a principal liderança da organização
criminosa nas ruas e bastante conhecida pelo seu perfil violento, ao determinar
e coordenar as execuções de traficantes rivais.
As investigações tiveram início no final de maio de 2020, depois que os
investigadores verificaram um crescimento no tráfico de drogas desse tipo de
entorpecente em solo sergipano. No total, a operação tem como foco o
cumprimento de sete mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão. As
decisões judiciais foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Aracaju,
O procedimento investigativo apontou Mauro Sérgio de Souza Feitosa, mais
conhecido como “Maurinho”, 35 anos, como o chefe da organização criminosa.
Segundo a polícia, mesmo preso em um presídio da cidade de Abreu Lima (PE), até
essa quarta-feira, 23. Diante da periculosidade dele, a pedido os órgãos de
inteligência de Sergipe e Pernambuco, ele foi transferido para a Penitenciária
Federal do Mato Grosso do Sul.
Nos últimos meses, foram diversas operações realizadas pela polícia de
Sergipe que visavam desfalcar a organização criminosa, que vinha crescendo no
estado. Em comparação com a maconha comum, a Skunk é mais valorizada no mercado
ilícito. A organização criminosa investigada estava invadindo bairros da Grande
Aracaju, como América, Suíssa, São Carlos, além do conjunto João Alves.
A venda direta ao consumidor desse tipo de droga, normalmente, ocorre em
pequenas quantidades e em poucas gramas. Raramente não excede 10 gramas desse
tipo de narcótico. No entanto, Mauro Sérgio vendia em grandes quantidades,
tentava se tornar o fornecedor exclusivo e se intitulava como o rei da maconha
skunk em Sergipe, motivo pelo qual a operação recebeu o nome de Xeque-Mate, alusivo
a movimentação final do jogo de xadrez.
O sergipano Mauro Sérgio, o “Maurinho”, era morador do bairro América.
Ele é apontado como autor de roubos bastante conhecido em Aracaju. Contra ele,
há uma coleção de 12 condenações criminais pelo Poder Judiciário sergipano,
sendo a maioria pela prática de roubo. Além dessas sentenças, há duas por
extorsão mediante sequestro e uma por tentativa de homicídio, assim como
processos em outros estados.
Mauro Sérgio conseguiu estruturar a organização criminosa em Sergipe e
consolidou-se como uma das suas principais lideranças. A organização criminosa,
com posto de comando sediado em Recife (PE), estava enviando, periodicamente,
grandes quantidades de carregamentos de entorpecentes do tipo maconha skunk
para Sergipe.
Os investigadores ainda descobriram que o grupo também enviava
armamentos e munições variados, que vão desde revólveres e pistolas a, até
mesmo, fuzis de grosso calibre, com as respectivas munições.
O grupo criminoso possui ramificações em outros estados e estava
estruturalmente organizado, com postos de comando e de divisão de tarefas para
atuação nos crimes de tráfico de drogas, de armas de fogo e munições, assim
como também para a prática de homicídios.
Como parte das ações policiais relacionadas à Operação Xeque-Mate, já
tinham sido apreendidos 700kg de maconha do tipo skunk em julho deste ano, em
Boa Viagem, Recife (PE). O entorpecente foi apreendido pela Polícia Civil de
Pernambuco. Em Sergipe, o Cope localizou e apreendeu 300kg dessa droga na
cidade de Japaratuba, em agosto deste ano.
Em Pernambuco, a operação contou com o apoio do Departamento de
Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) e do Centro Integrado de
Inteligência de Defesa Social, unidades da Polícia Civil pernambucana e da
Secretaria de Defesa Social (SDS/PE). No estado de Alagoas, a ação policial
contou com o auxílio da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC) e do
Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (Tigre).
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