Neste sábado (27), os ministérios públicos de Sergipe (MPSE), Federal (MPF), e do Trabalho (MPT) em Sergipe enviaram um ofício solicitando que o governador Belivaldo Chagas reavalie as medidas sanitárias de distanciamento em vigor, diante do risco de colapso no sistema de saúde no estado em virtude da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com projeção de pesquisadores da
UFS, o número de casos da doença deve atingir um novo pico entre os dias 20 de
março e 10 de abril – Foto: ASN
As medidas são as seguintes: adoção de toque
de recolher em determinado período do dia; suspensão de eventos e reuniões que
favoreçam aglomerações; suspensão, nos finais de semana, de atividades
presenciais não essenciais de comércio e prestação de serviços, como os
localizados em shopping centers e centros comerciais, restaurantes e similares,
podendo funcionar em sistema remoto ou de entregas.
O pedido é baseado em dados que mostram que a
pandemia de Covid-19 passa por um período de aceleração. E, de acordo com
projeção de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o número de
casos da doença deve atingir um novo pico entre os dias 20 de março e 10 de
abril.
Além disso, o documento aborda que, na
quinta-feira (25), os leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) destinados
a pacientes de Covid-19 tinham 95% de ocupação na rede privada e de 80% na rede
pública, considerando, segundo o ofício, os “hospitais mais equipados para
atendimento do paciente grave”, que seriam o Huse, Hospital de Cirurgia,
Hospital São José, Hospital do Coração e Hospital Renascença.
O risco de colapso é, segundo o documento,
agravado pela redução do número de leitos de UTI para pacientes de
Covid-19 em comparação ao ano passado, quando Sergipe chegou a ter 203
leitos intensivos para pacientes com a doença e, atualmente, conta com 166.
Desde o início da pandemia, em março do ano
passado, Sergipe registrou 150.533 casos e 2.955 mortes causadas pela doença.
O que diz o governo
De acordo com a superintendência de
comunicação do governo, o estado ainda não foi comunicado sobre a recomendação,
mas ressaltou que, desde março, as medidas a respeito da pandemia são tomadas
com base na orientação do Comitê Técnico-Científico, que deve voltar a se
reunir na próxima quinta-feira (4).
Na última reunião, que ocorreu no dia 25 de
fevereiro, o governador não descartou a adoção do toque de recolher, como já
vem sendo feito em outros estados afetados pela alta ocupação de UTIs.