O Ministério da Saúde começou
neste sábado distribuir mais de 5 milhões de doses de vacinas contra
covid-19, de forma proporcional e igualitária a todos os estados e ao Distrito
Federal. A previsão é de que as entregas sigam neste domingo (21).
Do total de doses, pouco mais
de 1 milhão correspondem à primeira remessa de vacinas da AstraZeneca/Oxford
(Covishield), produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Outras
3,9 milhões são referentes a mais um lote da vacina CoronaVac, produzida pelo
Instituto Butantan.
De acordo a pasta, em
seu 7º Informe Técnico da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS),
a nova remessa da CoronaVac vai atender aos profissionais de saúde e idosos de
70 a 74 anos, enquanto os imunizantes da AstraZeneca contemplarão comunidades
ribeirinhas e quilombolas.
A estratégia foi definida pelo
Ministério da Saúde considerando as possíveis dificuldades logísticas para o
atendimento a essas comunidades e o prazo maior para a aplicação da segunda
dose da vacina produzida pela Fiocruz. Como o intervalo entre as doses é de 12
semanas, isso deve facilitar o cumprimento do esquema vacinal em locais de
difícil acesso. No caso da vacina do Butantan, o intervalo máximo entre as doses
é de quatro semanas.
“A expectativa é que essa
distribuição contemple 100% dos moradores de comunidades ribeirinhas e 63% da
população em comunidades quilombolas em todo o país”, informou a pasta. A
previsão é que as doses pendentes para os povos quilombolas sejam entregues na
próxima etapa de distribuição, o que deve acontecer na próxima semana, entre os
dias 22 e 26 de março.
Garantia da segunda dose
Ainda segundo o informe, nesta
etapa de distribuição, todas as doses da CoronaVac deverão ser usadas pelos
estados como primeira dose. “A recomendação vem após a garantia da estabilidade
de entregas semanais das remessas de vacinas com produção nacional e
matéria-prima (IFA) importada".
-- "Essa estratégia vai
possibilitar a aceleração da vacinação dos grupos prioritários no Brasil e
redução dos casos graves de covid-19”, informou o Ministério da Saúde
O insumo farmacêutico ativo
(IFA) da CoronaVac é produzido no laboratório chinês Sinovac, desenvolvedor da
vacina e parceiro do Instituto Butantan.
De acordo com o Ministério da
Saúde, até o momento, essa recomendação era destinada apenas para as doses da
Covishield, devido ao intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda
aplicação. A pasta ressalta que aplicação das duas doses de cada imunizante deve
seguir o intervalo estipulado, para completar o esquema vacinal e consequente
imunização.
25 milhões já foram
distribuidas; outras 30 milhões até final deste mês
O Ministério da Saúde informou
ainda que já coordenou nove pautas de distribuição de vacinas desde o dia 18 de
janeiro, início da campanha de vacinação contra covid-19. Até o momento, foram
enviadas aos estados e Distrito Federal cerca de 25 milhões de doses de
imunizantes, com mais de 13 milhões de pessoas vacinadas.
Para o mês de março, há a previsão
de entrega de um total de 30 milhões de doses: 23,3 milhões da CoronaVac,
enviados pelo Butantan em remessas semanais e distribuídas na mesma
periodicidade; 3,8 milhões da AstraZeneca/Oxford, vindas da Fiocruz; e mais 2,9
milhões de doses do mesmo imunizante adquiridos via Covax Facility, a aliança
internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde tem
ainda contratos finalizados para receber 100 milhões de doses da vacina da
Pfizer/BioNTech e 38 milhões de doses da Jonhson & Jonhson (produzida pela
Janssen), até o fim do ano. A vacina Sputnik V também já entrou no cronograma
da pasta, após contrato celebrado com a União Química, e já tem entregas
previstas para abril, maio e junho.
MInistério da Saúde autoriza
mais de 2,7 mil leitos de UTI para 22 estados
O Ministério da Saúde
autorizou mais 2,7 mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto em
22 estados para atendimento exclusivo aos pacientes graves com covid-19, em
caráter excepcional e temporário. Para isso, duas portarias foram publicadas,
ontem (19), em edição extra do Diário Oficial da União.
A Portaria nº 499/21 autoriza 1.280 leitos de UTI adulto
para o reforço da estrutura hospitalar em mais de 50 municípios nos estados da
Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Sul e São Paulo. O valor do repasse
mensal será de mais de R$ 61,4 milhões.
Já a Portaria nº 501/21 autoriza a instalação de 1.499
leitos de UTI adulto em mais de 70 municípios nos estados do Acre, Alagoas,
Amapá, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina,
Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal. Os recursos de custeio para essas
unidades será de R$ 71,9 milhões mensais.
A autorização é a nova
modalidade de apoio financeiro dada pelo Ministério da Saúde, que substituiu a
habilitação de leitos. O governo federal arca com parte das despesas, mas agora
o pagamento não é mais antecipado e sim mensal.