O percentual da população pobre em Sergipe saiu de 42,4% em janeiro de 2019 para 46,8% no mesmo período de 2021, um triste avanço de mais de 4,4%. Isto é o que aponta o estudo do economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), que teve com base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando pobre quem tem renda per capita abaixo de R$ 450 por mês.

 O aumento da população em situação de pobreza avançou em 24 dos 27 estados, verificando-se de forma mais intensa no Nordeste e nos grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro.

 De acordo com o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luiz Moura, o avanço da pobreza é perceptível, com pessoas pedindo alimentos nas ruas e em supermercados. “Os dados mostram que a pobreza cresceu no Brasil. Tínhamos 25% da população que era considerada pobre em 2019 e agora em 2021 passou para 29%. Sergipe é o que tem a 5ª maior proporção de pobres em relação a sua população, com 46%, superado apenas pelo Amapá, Maranhão, Amazonas e Alagoas”.

 O economista ressalta que esse dado mostra o quanto é necessário a manutenção dos auxílios. “A população de pobreza não consegue se alimentar ou ter as três refeições diárias. Com o aumento dos preços dos alimentos isso fica muito difícil para garantir a integridade alimentar dessa população”.

 Luiz Moura lembra ainda que 46% dos sergipanos são considerados pobres, isso mostra que o auxílio deveria ser uma reivindicação de uma política pública. “Todos os governadores deveriam solicitar a manutenção desse auxílio, até que tivesse os dados de empregos, dados da renda do brasileiro recuperando. A alta dos preços com queda da renda ou empobrecimento da população vai significar dificuldade de sobrevivência”.

 Para o economista, o aumento de 4,4% da população pobre em um período tão curto em Sergipe, agravado pela pandemia e alta dos produtos agrícolas, significa que a política de redução do auxílio emergencial, que em 2020 era de 600 e passou a ser pago em média de R$ 250 neste ano, precisa de alguma maneira ser revista sob pena de a população continuar atravessando dificuldades.

*Com informações Valor Econômico

Da redação, AJN1

 

 

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