A refugiada afegã de codinome Nilofar chegou ao Brasil no último domingo (10) e da capital paulista se deslocou para Aracaju. Ela foi a primeira pessoa a conseguir um visto para viver no Brasil e hoje recebe apoio na capital sergipana. Após conseguir sair do Afeganistão, Nilofar busca agora a condição de cidadã brasileira. 

 Uma reportagem exibida no Jornal do Estado, da TV Atalaia, mostra que a jovem muçulmana de 26 anos conseguiu vir para o Brasil com o auxílio de uma neozelandesa que vive em Sergipe há cerca de 11 anos, Marry. Nilofar estava vivendo em Cabul, capital do Afeganistão, sob constante medo do governo extremista. Foi quando encontrou Marry pelas redes sociais. 

 “Eu entrei em contato com um amigo em comum, que postou um pedido de ajuda dela e eu a encontrei numa situação desesperadora, então comecei a entrar em contato com algumas pessoas, amigos meus que trabalham no governo, pedindo ajuda”, contou Marry em entrevista à TV Atalaia. 

 Para que Nilofar conseguisse sair do país de origem para o Brasil, foi necessário um investimento de mais de U$ 7 mil, que foi possível por meio de empréstimo de Marry e de doações de pessoas de fora. Em entrevista ao programa de TV, Nilofar conta que ainda está temerosa com o que pode acontecer com ela e com a família que deixou por lá, e por isso utiliza nome falso no Brasil, para não ser identificada pelos talibãs.

 “Ela disse que não tem esperança para o futuro dela lá e tem medo do que pode acontecer, com receio de a vida dela acabar”, conta Marry. 

 Formada em Relações Internacionais, Nilofar cursava mestrado em Marketing quando iniciou a restrição de estudos para as mulheres. Agora no Brasil, ela quer começar a vida do zero. 

 “Ela tem sonhos, mas ela sabe que agora tem que começar do zero, conseguir algum emprego. Enquanto isso ela quer paz para o país dela, mas não tem esperança disso, porque já tem mais de 40 anos de guerra por lá”, disse Marry. 

 Nilofar foi a primeira a conseguir um visto para viver no Brasil, inicialmente pelo prazo de 180 dias, após uma portaria do governo federal publicada em 24 de setembro. Agora ela deseja emitir número de CPF, Carteira de Trabalho e demais documentos para que viva como uma cidadã brasileira. 

Edição de texto: Monica Pinto

 

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