Cerca de R$ 2.5 milhões serão
investidos pelo Programa Água Doce na manutenção, apoio à gestão e instalação
de mais cinco sistemas
Várias comunidades com a água
subterrânea salobra vêm recebendo sistema dessalinizador que purifica e garante
água potável para consumo humano e para o setor produtivo, no interior
sergipano. Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário
e da Pesca (Seagri), já foram instalados 29 sistemas de dessalinização em nove
municípios de Sergipe, por meio do Programa Água Doce, realizado pelo Governo
do Estado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Na
última semana, o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, fez visita
a seis comunidades atendidas pelo programa: Craibeiro e Umburaninha, em Porto
da Folha; povoado Areias, em Poço Redondo; Acampamento Caiçara e Assentamentos
12 de Março e Mandacaru 1, em Canindé de São Francisco.
Além desses municípios, também
receberam sistemas de dessalinização comunidades de Monte Alegre, Carira, Nossa
Senhora da Glória, Tobias Barreto, Simão Dias e Poço Verde. Em todos eles, a
atuação do programa é priorizada nas comunidades rurais dispersas, que não têm
acesso à água fornecida pelo sistema de adutoras, como estratégia de reduzir as
vulnerabilidades da população. Segundo o secretário André Bomfim, o Programa
Água Doce tem previsão de encerramento em dezembro deste ano, mas com boas
perspectivas de instalar novos sistemas.
“Para 2021, temos R$ 2.5
milhões a serem utilizados na manutenção, apoio a gestão e instalação de mais
cinco sistemas, contando com a importante assistência técnica de nossas
empresas vinculadas, Cohidro e Emdagro, na implementação do Programa. Estamos
ainda em tratativas com o Ministério do Desenvolvimento Regional no sentido de
buscar uma continuidade para além de 2021. O programa tem importante valor
social, principalmente, neste período de pandemia, em que o acesso à água é
necessidade primordial para a população. Precisamos sensibilizar o governo
Federal para que não haja interrupção”, defendeu André Bomfim.
O processo de dessalinização
que vem sendo adotado nas comunidades se utiliza da água subterrânea bombeada
de poços artesianos e armazenada em uma caixa d’água, que é interligada ao
dessalinizador. Durante o processo, o aparelho retira a salinidade da água,
transformando-a em água doce e concentrando os resíduos retirados em outro
recipiente. Segundo o coordenador Estadual do Programa Água Doce (PAD), Marcos
Cézar, são distribuídos, diariamente, cerca de 17 mil litros de água potável,
atendendo 33 comunidades. “Hoje, o programa atende não só as comunidades, como
também postos de saúde e escolas do seu entorno, permitindo acesso à água de
forma contínua e diária, dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde”,
destacou.
A agricultora Ana Maria de
Oliveira Souza Santos, do povoado Cacimba Nova, município de Poço Verde,
destaca a importância da implantação do dessalinizador. “Antes, nossa
comunidade era abastecida por carro pipa. Nós não tínhamos garantia nenhuma de
qualidade dessa água, nem de quantidade suficiente. Após a implantação do
projeto Água Doce na nossa comunidade, tudo isso mudou. Hoje, temos a garantia
de que temos água de qualidade para consumo humano todos os dias”, diz a
moradora. Nas comunidades com dessalinizadores, os moradores organizam o
controle da distribuição da água uma vez por dia, com quantidade estabelecida
para cada família.
Durante o 6º Encontro Estadual
do Programa Água Doce, realizado de modo virtual, com a participação de todas
as comunidades beneficiadas e instituições parceiras, foi discutido que o
grande desafio é a necessidade de gestão compartilhada, para continuidade de
funcionamento dos sistemas de dessalinização. Pela experiência do programa no
estado, várias prefeituras e voluntários das comunidades têm contribuído para
manutenção e funcionamento, após a instalação dos dessalinizadores, como
acontece na comunidade de Ana Maria, Cacimba Nova.
Fonte e foto assessoria