O ex-governador Jackson Barreto (MDB) afirmou nessa segunda-feira (21), por meio de uma rede social, que inaugurou o Centro de Nefrologia e Hemodiálise do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) sem saber que a obra estava inacabada. A declaração acontece no mesmo dia em que o emedebista se dirigiu ao Ministério Público Estadual para depor sobre o fato, que lhe rendeu uma enxurrada de críticas.
 “Hoje pela manhã, fui ao Ministério Público esclarecer, mais uma vez, minha completa boa fé naquilo que seria a inauguração de uma unidade indispensável para o tratamento de pacientes renais. Infelizmente, mesmo tendo sido informado que o Centro de Nefrologia já se encontrava em condições de atender a população e, portanto, apto a ser inaugurado, isso não era a realidade da unidade, que ainda precisava de diversos ajustes. Sobretudo, na parte de equipamentos e na rede elétrica do local”, escreveu ele em seu perfil no Twitter.
O depoimento ocorreu de forma sigilosa, e a imprensa não foi autorizada a acompanhar.
 No último dia 4 de maio, o então secretário de Estado da Saúde, Almeida Lima, também esteve na promotoria de Saúde do MPE para depor. Diante do promotor de justiça Francisco Lima Júnior, ele afirmou que “não vê equívoco na inauguração” e que “não há motivos” para responsabilizá-lo, já que não houve, segundo ele, prejuízo ao erário ou a pessoas.
 Durante entrevista a uma emissora de TV local no último dia 30 de abril, o ex-secretário disse que Jackson sabia que a obra física estava sendo inaugurada, mas não sabia, assim como ele, que haveria necessidade de deslocamento de alguns aparelhos e de camas para a instalação de tubulações nas paredes.
Inauguração
 No último dia 5 de abril, o então governador Jackson Barreto, já na iminência de deixar o cargo em virtude de sua pré-candidatura ao Senado, inaugurou o Centro de Nefrologia e Hemodiálise do Huse, unidade que visa ampliar o número de leitos e dobrar a capacidade de atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo com que o planejamento dos serviços seja mais efetivo. Mas não foi bem isso que, de fato, ocorreu, ou se tentou vender como informação governamental verdadeira.
 O Centro, na verdade, não estava concluído, e toda aquela estrutura montada diante do então governador Jackson Barreto e de seu secretário de Saúde, Almeida Lima, não passava de uma montagem, como fora constatada, no dia seguinte (6), pelo presidente da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados de Sergipe, Lúcio Alves.
 Tentando remediar o “tiro no pé”, o recém-empossado governador do Estado, Belivaldo  Chagas (MDB), fez questão de visitar o Centro na manhã do dia 9. Diante da imprensa, admitiu o equívoco do Governo ao entregar a unidade sem estar funcionando como deveria.
 Dez dias depois à inauguração “fake”, o Centro foi dado como inaugurado e os serviços à população iniciados.


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