Funcionários dos
Correios de Sergipe decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir
desta terça-feira, 18. A decisão foi tomada em assembleia realizada pela
categoria na noite de segunda-feira, 17.
Por conta da greve, o Sindicato dos Trabalhadores dos
Correios (Sintect/SE) promove um ato pela manhã na Agência dos Correios,
situada na Rua do Acre, onde será realizada a distribuição de máscaras,
esclarecer a população os motivos da greve e convocar os trabalhadores para
aderir a paralisação.
De cordo com o secretário-geral do Sindicato dos
Trabalhadores dos Correios, Jean Marcel, a greve é pela manutenção dos direitos
dos funcionários. “A nossa greve não é por reajuste salarial, mas pela garantia
dos nossos direitos. No ano passado a gente teve uma greve e o resultado do
dissidio foi favorável aos trabalhadores e tivemos a cláusula por 2 anos, só
que a empresa não contente com esse julgamento, buscou o Toffoli que
concedeu uma liminar onde a empresa mudava a forma de compartilhamento do nosso
plano de saúde que passa a ser 50% para o trabalhador e 50% para a
empresa e o nosso acordo coletivo que agora passa a ter 1 ano. A gente sabe que
o que está por traz disso tudo é a privatização da empresa”, lamenta.
Ainda segundo Jean Marcel, o Sindicato vai respeitar o
quantitativo mínimo trabalhando. “ Vamos respeitar os 30% da adesão e os
serviços continuarão a ser feitos, como o de sedex, os serviços essenciais
relacionados a distribuição de medicamentos, documentos, dentro outros”, conta.
Correios
Em nota, Os Correios informa que desde o início das
negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo
primordial: cuidar da saúde financeira da empresa, a fim de retomar seu poder
de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira
ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de
contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da
Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no
mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta
impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e
Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério
da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa
financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de
benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a
estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a
manutenção dos empregos de todos.
Ressalta-se que a empresa possui um Plano de Continuidade
de Negócios, para continuar atendendo a população em qualquer situação adversa.
O plano estabelece uma série de medidas contingenciais, como mutirões e
remanejamento de empregados para as unidades com maior necessidade de efetivo.
Por Aisla
Vasconcelos