Cidade era considerada um centro local e, além disso, Sergipe possuí
apenas a Capital do Vale do Rio Real como passou a ser conhecida nos últimos
tempos em condições de pleitear uma função regional apontada como um dinâmico
centro de serviços para a região.
Evidenciando sua influência econômica e crescimento nas últimas décadas,
a cidade de Tobias Barreto passou a ser classificada como Centro de Zona A
dentro da hierarquia urbana brasileira, segundo novo estudo publicado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até então, Tobias
Barreto era considerada um centro local e, além disso, Sergipe possuía apenas
Tobias Barreto apontada como Centro de Zona A.
Segundo o novo estudo sobre as Regiões de Influência das Cidades
(REGIC), Sergipe, que tinha em 2007 Lagarto (SE), Estância (SE), Propriá (SE) e
Nossa Senhora da Glória (SE) como centros de zonas A, agora possui apenas
Tobias Barreto (SE) como centro de zona A.
O IBGE entende que os centros de zonas A são centros urbanos com
concentração de atividades de gestão, mas com alcance menor em termos de região
de influência em comparação com os sub centros regionais A. Nesse contexto, são
três subdivisões: sub centro regional A Itabaiana (SE), sub centros regionais B
Lagarto (SE), Estância (SE), Propriá (SE), Nossa Senhora da Glória (SE) e
centro de zona A Tobias Barreto (SE). Vale explicar que a capital Aracaju,
centro de maior influência, é uma capital regional A.
O estudo Região de Influência das Cidades (Regic), um dos mais
aprofundados na questão de centros urbanos e arranjos populacionais, divulgado pelo
IBGE, mostra que a única centralidade intermediária de destaque em Sergipe foi
o município de Itabaiana, que em 2018 passou a ser Centro Sub-Regional A (em
2007, Itabaiana era um Centro Sub-Regional B
Arranjo populacional
O arranjo populacional de Aracaju é formado pela capital e pelos
municípios da região metropolitana, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro
e São Cristóvão, além de Carmópolis, Divina Pastora, General Maynard,
Laranjeiras, Maruim, Riachuelo, Rosário do Catete e Siriri. São esses 12
municípios considerados como “centro urbano” único (ou, “cidade”, que é o
conceito operacional usado no título do estudo) que formam a Capital Regional A
“Aracaju”, que se caracteriza pela predominância da atração direta até sobre as
cidades mais distantes da capital sergipana, já próximas aos limites estaduais.
A região de influência de Aracaju extravasa os limites de Sergipe,
atingindo Alagoas através da rede urbana do arranjo populacional de Penedo/AL
(duplamente subordinado às redes de Aracaju e Maceió e das cidades de Porto
Real do Colégio e São Brás, atraídas pelo arranjo populacional de Propriá.
A entrada da influência de Aracaju na Bahia ocorre através da atração
das redes de Cícero Dantas (BA), a Oeste, e Rio Real (BA), no Sul do Estado,
além dos Centros Locais Adustina (BA), Coronel João Sá (BA), Paripiranga (BA) e
Pedro Alexandre (BA), localizados entre a rede de Cícero Dantas (BA) e o limite
da Bahia com Sergipe. Todas essas ligações ocorrem diretamente com a capital
Aracaju. Já Itapicuru (BA) participa da rede urbana de Aracaju através de
Tobias Barreto, seu destino principal juntamente ao Arranjo Populacional de
Salvador.
Em termos de hierarquias urbanas, a grande maioria das Cidades
sergipanas manteve sua classificação em relação à pesquisa REGIC 2007: 87% das
Cidades não tiveram alteração de hierarquia, indicando estabilidade geral da
rede urbana nesse Estado. Exemplos de manutenção da hierarquia é a Capital
Regional A Aracaju/SE. As alterações no sentido de aumento de centralidade
ocorreram em seis Cidades, Itabaiana, que passou de Centro Sub Regional B para
A,o Arranjo Populacional de Propriá, Estância, Lagarto, e Nossa Senhora da
Glória, todos ascendendo de Centro de Zona A para Centro Sub-Regional B e
Tobias Barreto ascendendo de centro local para Centro de Zona A.
No sentido inverso, encontram-se duas Cidades com classificação
hierárquica descendente. São elas Canindé de São Francisco (SE) e Nossa Senhora
das Dores (SE), que passaram de Centros de Zona B a Centros Locais por conta da
perda das cidades que subordinavam, respectivamente, Piranhas (AL) – agora
ligada a Delmiro Gouveia (AL) – e Cumbe (SE) – que passou a se vincular
diretamente a Aracaju/SE.
A respeito da configuração da rede urbana sergipana, houve expansão do
alcance dos centros intermediários, com mais Cidades se ligando a Itabaiana
(SE) e ao Arranjo Populacional de Propriá/SE em comparação a 2007, indicando
tendência de maior encadeamento da rede urbana ainda excessivamente polarizada
pela capital estadual.
O alcance externo da rede de Aracaju ampliou-se a Sul, passando a captar
vínculos de Cidades baianas limítrofes, e com Alagoas a norte, a partir da nova
subordinação da rede de Penedo (AL) a Aracaju. Entretanto, houve a perda do
vínculo com a rede da Cidade de Paulo Afonso (BA), a noroeste, que deixou se
ser duplamente subordinada à rede de Aracaju para manter vínculo apenas com a
Metrópole de Salvador/BA.
Média de deslocamento
De um modo geral, Sergipe apresenta a menor média de deslocamento do
País (41 km para todos os temas pesquisados no estudo), tendo em vista a
pequena dimensão do Estado no contexto nacional aliada à busca por bens e
serviços pela população geralmente dentro do próprio Estado. Considerando que
essa distância média é dada em linha reta entre a Cidade de origem e a de
destino, a distância real pode ser maior.
A média das distâncias em cada temática pesquisada no Estado de Sergipe
responde, em geral, ao seguinte comportamento: nos temas em que as
centralidades do interior são capazes de atender, pelo menos em parte, à
população residente nas Cidades próximas, tais como compra de vestuário e
calçados ou de móveis e eletroeletrônicos (questões 1 e 2), as distâncias
médias são baixas (respectivamente, 40 e 42 km). Destaca-se, na primeira
temática, Tobias Barreto, que apresentou atração muito superior à que exerceu
em relação ao conjunto dos itens do questionário no tocante aos deslocamentos
de moradores de outras Cidades para aquisição de vestuário e calçados.
A pesquisa também mostra o deslocamento e atração das cidades nas
atividades de agropecuária. No resultado, destaca-se o protagonismo das cidades
da Região Centro-Oeste de Sergipe e o papel do sub centro regional B Lagarto
(SE) na articulação do destino da produção agropecuária, através de centrais de
abastecimento e outras formas de distribuição.
Já para temáticas em que a influência da Capital ultrapassa a das centralidades
do interior e a população passa a buscá-la diretamente percorrendo maior
distância, como para serviços de saúde de alta complexidade, as médias de
deslocamentos são maiores (71 km, no exemplo citado).
Outra temática com maior distância média, também reflexo da polarização da Capital, é a busca por aeroportos, que corresponde a 74 km em média para as Cidades sergipanas, todas dirigindo-se quase exclusivamente para Aracaju/SE. Ainda que, no contexto estadual, exija um dos maiores deslocamentos pela população residente fora da capital do Estado, é uma das menores médias do País, tendo em vista a área relativamente pequena de Sergipe.
O ESTUDO
O estudo sobre as Regiões de Influência das Cidades (REGIC)
2018 identifica e analisa a rede urbana brasileira, estabelecendo a
hierarquia dos centros urbanos e as regiões de influência das cidades. O
resultado mostra a forma pela qual as cidades se relacionam entre si, através
do deslocamento de pessoas em busca de bens e serviços, bem como pelas ligações
entre sedes e filiais de empresas e instituições públicas multilocalizadas.
Com informações do IBGE.
Professor Josenilton