Uma das formas mais eficientes de controlar os casos de dengue é impedir que o Aedes aegypti, o mosquito que transmite a doença, se reproduza. Uma pesquisa feita no Distrito Federal indica que uma alternativa caseira, feita de alecrim, pode ser mais eficaz que a água sanitária para matar as larvas do inseto.

O estudo feito no Centro Universitário de Brasília (Ceub) em 2023 indicou que o extrato feito com a planta pode funcionar como larvicida para a prevenção da dengue. A mistura é produzida com 200 gramas de alecrim macerado (seco ou fresco) para cada litro de álcool etílico 92% ou 96%. O líquido deve ser conservado protegido da luz e do calor.

Para a pesquisa, foram utilizadas larvas em estágio de desenvolvimento 3, cerca de dois dias antes de se tornarem adultas. Parte delas foi exposta à mistura de álcool e alecrim, enquanto a outra recebeu água sanitária (hipoclorito de sódio). Um terceiro grupo, usado como controle, não recebeu nenhum tipo de larvicida.

O estudo mostrou que o extrato de alecrim é mais eficaz que o controle feito tradicionalmente com cândida. Nas primeiras 12 horas após a aplicação, ele matou 85% das larvas do mosquito, enquanto a dose semelhante de água sanitária (a recomendação mais conhecida para controle da dengue), teve eficácia de 78%.

A bióloga Francislete Melo, orientadora do projeto, explica que o extrato é rico em compostos fenólicos, conhecidos por suas propriedades larvicidas. Ela recomenda usar o extrato de alecrim nos ralos de pia e chuveiros, assim como nos pratinhos de plantas.

“A mistura, porém, não é repelente. O que comprovamos foi a morte das larvas, não o uso para afastar o mosquito adulto”, afirma.

Como fazer o extrato de alecrim?

A mistura deve ficar cerca de sete dias em conserva antes de ser usada. A luz pode oxidar o extrato — por isso, se a garrafa for transparente, é necessário envolvê-la em papel alumínio.

“O álcool fica esverdeado depois de uma semana e o resto das folhas embebidas ali fica amarelado. Aí é possível coar a mistura, descartando as folhas, e usar esse líquido concentrado. A segunda etapa é deixar o álcool aberto, evaporando, de quatro a cinco dias, o que gera um extrato mais grosso. O que sobra é cerca de 25 ml para cada litro”, explica a estudante de biologia Clerrane Santana, uma das autoras da pesquisa.

A recomendação é aplicar cerca 5 ml da mistura (aproximadamente uma colher de chá) em cada reservatório de água para impedir que o mosquito chegue à fase adulta.

Os ovos do Aedes aegypti são depositados em água parada, por isso é essencial evitar os reservatórios em casa durante epidemias de dengue. Os ovos eclodem e as larvas levam cerca de 10 dias na água antes de atingir a fase adulta. É nessa etapa que deve ser feita a aplicação do extrato.

Metrópoles 

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