No início do mês noticiamos um alerta em relação ao serviço de internet no mundo que poderá ser afetado
pelo rompimento de cabos submarinos no Mar Vermelho. Embora não
afete diretamente as conexões no Brasil, o problema causa um problema global,
uma vez que a Internet é uma rede das redes e totalmente interligada.
Com isso, nos próximos 30 dias, a internet ficará mais lenta para
acessar sites, especialmente, os hospedados fora do Brasil. A região asiática
será a mais afetada com o rompimento de três cabos submarinos, resultado de uma
ação militar dos Houthis (grupo militar ligado ao Irã que atua no Iêmen) numa
disputa com os Estados Unidos.
De acordo com o CTO da Angola Cables, Lucenildo Júnior, cuja empresa
construiu o primeiro cabo submarino de fibra óptica entre a África e América do
Sul para transmissão de dados, “uma falha como essa impacta toda a internet”.
Lucenildo Júnior explica que um boa parte do tráfego internacional da
Internet para a Ásia está sendo feito por cabos submarinos operados pela Angola
Cables, via África do Sul, para chegar a Singapura. “Essa é uma rota muito mais
longa que a tradicional. Isso significa que a latência no tráfego de dados
aumenta. É como ir para um lugar pela rota mais longa. Vai chegar? Vai, mas vai
se levar muito mais tempo“, detalha.
Segundo o especialista, os dados dos Estados Unidos estão sendo
encaminhados do ponto de interconexão de Miami para o de Fortaleza (via cabo Monet). De lá, são enviados para o ponto de interconexão
de Luanda (via cabo South Atlantic Cable System, o SACS). Na Europa o
procedimento está sendo o mesmo, com os dados sendo enviados para Luanda, pela
costa oeste da África (via West Africa Cable System, o WACS).